30 de junho de 2014

A vida muda e as opiniões também


Realmente é de acordo com o tempo e com as experiências que vamos aprendendo a ver, entender, aceitar ou ignorar algumas situações. Já me vi voltar atrás de certezas que tinha, pois afinal seres humanos são maravilhosos, mas com defeitos. Cada um com seu particular, incluindo eu mesma. E vou aceitando, às vezes desaprovando... Graças a Deus por isso! Pois quando mudo de opinião não é porque sou falsa ou minha palavra não vale de nada, simplesmente acho que mudar de opinião requer uma sensibilidade de enxergar melhor e ter coragem de assumir que errou na sua avaliação. Essa vida cheia de graça mostra que constantemente mudamos: o que antes não importava, passa-se a dar valor. E, o que valorizava-se nem tão valoroso assim é. Tudo se transforma a partir da atitude do outro.




27 de junho de 2014

O jeito certo e o jeito errado


Já dizia o velho ditado:




Pois bem, na minha concepção, existem duas maneiras de se fazer as coisas: do jeito certo e do jeito errado. E eu uso um jeito simples de saber quando é certo e quando é errado:  me colocando no lugar das pessoas. Se eu estivesse no lugar daquela pessoas e gostasse do jeito como eu ajo com ela, que as minhas atitudes com ela estivessem legais então ok, estou agindo certo! Se não, não! #simplesassim.

Pois é, mas para muita gente não é tão simples assim...

Também temos que levar em conta que agir certo e agir errado vai muito da concepção de valores que está intrínseco em cada um. A pessoa só vai achar que age certo ou errado de acordo com a sua consciência, de acordo com o seu entendimento de certo e errado. Muitas vezes, pra muitos de nós uma  atitude é muito errada, mas quem pratica não vê o erro. Ela não entende como nós que é errado pois pra ela é o certo! Porque de acordo com as concepções dela é certo, de acordo com as crenças dela é certo, de acordo com a vivência dela, é o certo!

Muita gente também age assim, pela vivência, devolvendo para a vida em troco a maneira como a vida a tratou. Mas muitas vezes, essa ação vai repercutir na pessoa errada. Muitos acabam pagando pelos erros de outros. Pois nem sempre se consegue descontar no verdadeiro causador do mal. Geralmente, sobra pra quem vem depois ou não tem nada com isso....

Fato é que o que é certo pra mim, pode não ser pra você. E agindo por essa lógica, criamos uma infinidade de certos e errados para condutas e sentimentos. 

Mas, de fato quem está certo e quem está errado? Na sociedade, vivemos regidos por uma série de leis, padrões e condutas que nos norteiam sobre o que se é possível fazer ou não, quais são os limites e as punições. Mas e na vida, nos relacionamentos, quais são as leis que nos regem? Nenhuma! As leis são feitas baseadas nos valores que trazemos da nossa educação em casa, da nossa família, da escola, do convívio em sociedade até então, da troca de experiências com amigos, da vivência independente de ser vasta ou pouca. Sempre temos alguma noção que o que estamos fazendo na vida ou com terceiros é certo ou errado. Mesmo que, mais uma vez dizendo, a gente não consiga ver como uma coisa errada ou uma coisa certa. 

Temos que contar muito com a consciência nestes casos para nos auxiliar e consciência é que nem gosto, cada um tem o seu! Sendo assim, fica mais complicado dar por entendido o que é certo e o que é errado. Chegar num consenso nem sempre é fácil! Mas a identificação de que não estamos agindo bem, muitas vezes pode vir em sinal a partir do outro a quem estamos fazendo algo. A gente pode ficar meio perdido mas o outro vai com certeza nos dizer se estamos errando. Basta querermos ver!

Mas é praticando que nem desapego que a gente chega lá! É aprendendo com os erros, quando assim entendemos. repetindo os acertos, também quando assim entendemos. É descobrindo que a vida também tem suas normas e quando mais a gente vive, mais a gente aprende a ler essa linguagem de códigos. Isso não quer dizer que a gente não vá errar mais. Mas quer dizer que se errarmos, vamos ter consciência de que erramos. E desta forma, poder buscar caminhos de consertar, se der ou então, procurar fazer o certo, da próxima vez. Mas para isso, precisamos também nos permitir corrigir, nos permitir admitir as falhas. É um trabalho de construção, mas desde que se construa algo e para construir é necessário desconstruir, às vezes.

É errando e aprendendo que se vive, não errando, errando, errando achando que se está certo ;)

26 de junho de 2014

Lugar secreto!



"A imaginação é o lugar onde as coisas que não existem, existem."



23 de junho de 2014

A exigência da felicidade tornou-se causa de infelicidade!


A exigência da felicidade tornou-se causa de infelicidade. Porque vivemos esperando, buscando, desejando... e esquecemos de usufruir.
 
Usufruir o presente, a paz acolhedora que nos reconcilia com a vida e suas possibilidades, o cotidiano do trânsito caótico, contas a pagar... mas também de cheiro do filho, elogio gratuito, pôr do sol visto da janela do carro, beijo de boa noite, fim de semana no campo, chuva molhando a grama, abraço acolhedor.
 
Vivemos esperando por dias melhores e esquecemos de admirar nossas conquistas diárias, aquilo que é possível ,"só isso".

Não sei de onde vem a ideia de que a vida deveria ser um presente de grife, embrulhado em papel de seda, ornamentado com laço de cetim. Sem querer ser pessimista, prefiro acreditar na vida como um presente gratuito, com cheirinho familiar, embrulhado em papel pardo e barbante, de sabor conhecido.

Existe sabedoria na descoberta de que tudo é imperfeito e trivial.

Quando fazemos as pazes com a imperfeição dos dias, das pessoas, de nós mesmos... deixamos de estar insatisfeitos; enfim relaxamos e aprendemos a contemplar o presente.

Quem acreditou que o "só isso" não bastaria, comprou a falsa ideia de felicidade, a felicidade plastificada que só funciona no Photoshop, mas que não é definitiva nem palpável.

Altos e baixos hão de vir, mas o restante é simples. O restante é modesto. A maioria dos dias é comum, familiar, gratuito, feito papel pardo atado com barbante.

Almejando exclusivamente nossos "finais felizes", deixamos de aproveitar a viagem.

Imaginando a vida como um projeto de fortes emoções, beijos apaixonantes, música tema de fundo... deixamos de ter alegria naquilo que é. Simplesmente é.

Quando paramos de desejar o inatingível, de nos iludir com a grama do vizinho e tanta propaganda enganosa ... finalmente amamos mais.
Amamos nosso dia a dia cheio de altos e baixos; nossos afetos conquistados e nem sempre perfeitos; nosso trabalho cansativo que garante nosso sustento; nossa realidade imperfeita e tão particular.
Sofremos porque imaginamos a vida como algo que não temos. Ao desejarmos a lua cheia deixamos de admirar a suavidade da minguante...
Sem querer, desprezamos nossas conquistas, imaginando haver um pote de ouro além do arco íris ou "50 Tons de Cinzas", além daqueles que conhecemos tão bem, nosso delicioso feijão com arroz.
De tanto desejar, cortejamos a falta, a insatisfação, o buraco interior que nos faz infelizes enquanto alimentamos a ilusão de estarmos vivos e em movimento.
E não percebemos que o que dá sentido à vida não é a busca e sim o encontro, o admitir-se pronto, inteiro, completo e também imperfeito e simples.
Enquanto vivermos de expectativas sempre haverá a possibilidade de nos frustrarmos. Mas isso também é uma escolha, uma opção. Como no verso de Drummond:
 

"A dor é inevitável, o sofrimento é opcional..."




20 de junho de 2014

A incrível geração de mulheres que foi criada para ser tudo o que um homem NÃO quer


Recebi esse texto nesta manhã, pós dia frio, pós dia chuvoso, pós feriado em que tive que vir trabalhar e deixei a casa por conta do meu marido. Ele, espontaneamente, por ser um 'parceirão', me estende a mão em toda e qualquer ocasião, até mesmo para lavar, limpar, passar e cozinhar, caso seja necessário. Piadista como ele só, apesar de sempre ter feito isso tudo desde que começamos a morar juntos, resolveu postar isso no facebook como uma forma de demonstrar carinho e cuidado à mim e para dizer que ele não vê problemas em dividir ou assumir as tarefas domésticas. Ou, inverter os papéis na sociedade quando necessário: eu ir à luta, trabalhar e ganhar nosso pão de cada dia e ele, cuidar da casa, da organização e da resolução de diversos problemas que por conta de estar presa no trabalho não posso resolver. Choveu comentários mil na postagem. Na grande maioria mulheres, da família ou amigas, elogiando a atitude dele de não só me ajudar, mas por fazer isso de livre e espontânea vontade. Por não se sentir envergonhado e diminuído com isso e ainda por sentir um certo prazer em poder estar contribuindo para me ajudar, mesmo que seja da forma 'Maria' de ser.

Eu, como sempre tive essa ajuda e esse apoio de livre e espontânea vontade, sem ele reclamar, sem ele se sentir menosprezado, sem ele me cobrar ou impor quais seriam as minhas obrigações, sinceramente estranhei que tantas mulheres se sentissem honradas em receber esses gestos de seus esposos, namorados, namoridos, companheiros, enfim... Realmente, diante da modernidade do mundo, na luta por igualdade de papéis na sociedade, pela reafirmação da mulher como esposa, mãe e profissional, por algumas mesmo que pequenas conquistas de espaço e reconhecimento até aqui achei que muito mais homens estariam auxiliando suas mulheres nesta batalha diária de manter casa, educar filhos, construir o casamento e paralelamente uma carreira, uma independência, uma vida social, uma liberdade de escolha e de ações. Eu realmente não me dei conta de que existe muito mais homens machistas e preconceituosos do que eu imaginava. 

Sim, porque não se é machista ou preconceituoso somente nas palavras ou nas atitudes mais enérgicas ao tolir a esposa de um crescimento pessoal, profissional e social. São nos pequenos gestos como cobrar que a casa esteja sempre limpa e arrumada sendo que a esposa trabalhou o dia inteiro e o marido ao chegar em casa senta com sua cerveja na frente da tv e vai ver seu futebol e nem se importa se ela está morta e ainda tem uma pilha de coisas à fazer. É quando se tem filhos e se cobra que eles estão chorando, sujos ou aprontando e o marido vira e fala para o(a) filho(a) "vai lá na sua mãe" ou então fala para esposa "seu filho(a) tá assim ou assado". O filho é dos dois, oras! E cobrar que a esposa esteja impecável de linda, de bom humor, à sua espera pronta para satisfazê-lo em todas as suas vontades e necessidades sem se importar se ela está bem física ou emocionalmente e caso não esteja, se ele pode colaborar para ajudar. É quem faz brotar no coração e na cabeça da esposa culpa a mais, além daquelas que naturalmente já temos quando muitas vezes somos obrigadas a escolher entre uma reunião de negócios, uma promoção do trabalho, uma festinha na escola do filho, um jantar romântico com o maridos, as férias com a família, um tempo pra si. É simplesmente não entender e não ver quem está na sua frente! Isso é mais que machismo e preconceito, é uma falta de respeito. Respeito para com aquela pessoa que você jurou amar e respeitar, cuidar e ajudar, dividir as alegrias, as tristezas, o sucesso e o fracasso.

Claro que eu não tô0 generalizando. Conheço muitos homens que são uns "gentlemans" com suas digníssimas tanto em apoiá-las quanto as ajudarem nas tarefas domésticas e afins. Mas confesso que esperava mais do homem moderno, evoluído , mente aberta e pra frente. Aquele que grita nas ruas que apoia o crescimento e a igualdade da mulher, mas em casa não quer nada mais que apenas uma esposa, mãe dos filhos, uma cozinheira, lavadeira, faxineira... Há algum tempo, ainda na escola, uma professora me disse: os relacionamentos modernos futuros tendem a não durar, porque o homem não gosta de mulher que pensa. Fiquei com isso na cabeça até porque era uma coisa que pessoas mais velhas da minha família, de uma outra época, com uma outra educação e criação e visão do mundo pensavam, pois assim elas eram criadas para ser, mais um lindo adorno do que uma pessoa em si. Hoje em dia, depois de estudar, trabalhar, conhecer muita gente e me relacionar, cheguei a conclusão que o homem moderno não tem medo da mulher que pensa, porque hoje em dia, num mundo onde a informação flui e as pessoas são obrigadas a se posicionar sobre tudo e todos, quem não pensa é uma "porta" e ninguém quer uma "porta" do lado. O homem tem medo da mulher que sobressai. Aquela que tem luz própria, aquela que aparece até mesmo quando não quer se destacar. Aquela que tem aquele "Q" de encantamento, de mistério, de sutileza, de coragem, de sensibilidade, de força, de dengo, de superação.... Homem tem medo daquela mulher que consegue unir todas as coisas e ser, simplesmente. É disso que o homem tem medo, na minha opinião. Não é de ganhar menos, nem de fazer as tarefas de casa, nem de cuidar dos filhos e nem de reconhecer que o inevitável, que as mulheres estão ganhando espaço e daqui não vão sair. Homem tem medo, insegurança mesmo, de mulher que aparece! Pode ser medo de ser menos, de ser trocado, pode ser um medo bobo ou pode ser um medo preso há milhões de justificativas familiares, afetivas, fato é que esse é o medo!

E vejo também, hoje, no comportamento das mulheres, que muitas também tem medo de se mostrarem como são de fato, de batalharem por seu espaço, de liderarem cem mil homens, de conciliar jornadas quíntuplas de trabalho e acabar enrijecendo, endurecendo por dentro. Têm medo também de assim sendo, perder seus companheiros. Fato que pra mim, se a pessoa não puder ser cúmplice, parceira e apoiar e incentivar tá na cara que não é a pessoa ideal, a pessoa certa. Mas falar é sempre mais fácil do que para quem vive a história. Eu vejo em muitas queixas hoje nos relacionamentos que falta mais compreensão do que o romantismo, por exemplo. Antigamente era quase que uma regra home ser romântico e quando não era a queixa certamente era essa: falta de romantismo esfria a relação, acaba o relacionamento e etc. Hoje, as mulheres logicamente gostam de homens românticos, quem não gosta?! Mas o que elas querem mesmo é compreensão, apoio, incentivo. Alguém que diga: "vai amor, eu seguro as pontas aqui!". Sejam lá que pontas forem essas. E isso hoje em dia vem conquistando bem mais que chocolates, rosas, jantar à luz de velas e viagens românticas. Isso tudo é muito bom, não podemos negar. Mas é no dia a dia, quando o bicho pega que vemos na sutileza das palavras, o carinho num beijo, a compreensão num olhar, um afago de incentivo é que realmente nos sentimos amadas, protegidas, entendidas, acolhidas e perfeitas!


Bom, é isso.... leia o texto e reflitam por si só:

"Às vezes me flagro imaginando um homem hipotético que descreva assim a mulher dos seus sonhos:
“Ela tem que trabalhar e estudar muito, ter uma caixa de e-mails sempre lotada. Os pés devem ter calos e bolhas porque ela anda muito com sapatos de salto, pra lá e pra cá.
Ela deve ser independente e fazer o que ela bem entende com o próprio salário: comprar uma bolsa cara, doar para um projeto social, fazer uma viagem sozinha pelo leste europeu. Precisa dirigir bem e entender de imposto de renda.
Cozinhar? Não precisa! Tem um certo charme em errar até no arroz. Não precisa ser sarada, porque não dá tempo de fazer tudo o que ela faz e malhar.
Mas acima de tudo: ela tem que ser segura de si e não querer depender de mim, nem de ninguém.”
Pois é. Ainda não ouvi esse discurso de nenhum homem. Nem mesmo parte dele. Vai ver que é por isso que estou solteira aqui, na luta.
O fato é que eu venho pensando nisso. Na incrível dissonância entre a criação que nós, meninas e jovens mulheres, recebemos e a expectativa da maioria dos meninos, jovens homens,  homens e velhos homens.
O que nossos pais esperam de nós? O que nós esperamos de nós? E o que eles esperam de nós?
Somos a geração que foi criada para ganhar o mundo. Incentivadas a estudar, trabalhar, viajar e, acima de tudo, construir a nossa independência. Os poucos bolos que fiz na vida nunca fizeram os olhos da minha mãe brilhar como as provas com notas 10. Os dias em que me arrumei de forma impecável para sair nunca estamparam no rosto do meu pai um sorriso orgulhoso como o que ele deu quando entrei no mestrado. Quando resolvi fazer um breve curso de noções de gastronomia meus pais acharam bacana. Mas quando resolvi fazer um breve curso de língua e civilização francesa na Sorbonne eles inflaram o peito como pombos.
Não tivemos aula de corte e costura. Não aprendemos a rechear um lagarto. Não nos chamaram pra trocar fralda de um priminho. Não nos explicaram a diferença entre alvejante e água sanitária. Exatamente como aconteceu com os meninos da nossa geração.
Mas nos ensinaram esportes. Nos fizeram aprender inglês. Aprender a dirigir. Aprender a construir um bom currículo. A trabalhar sem medo e a investir nosso dinheiro.  Exatamente como aconteceu com os meninos da nossa geração.
Mas, escuta, alguém  lembrou de avisar os tais meninos que nós seríamos assim? Que nós disputaríamos as vagas de emprego com eles? Que nós iríamos querer jantar fora, ao invés de preparar o jantar? Que nós iríamos gostar de cerveja, whisky, futebol e UFC? Que a gente não ia ter saco pra ficar dando muita satisfação? Que nós seríamos criadas para encontrar a felicidade na liberdade e o pavor na submissão?
Aí, a gente, com nossa camisa social que amassou no fim do dia, nossa bolsa pesada, celular apitando os 26 novos e-mails, amigas nos esperando para jantar, carro sem lavar, 4 reuniões marcadas para amanhã, se pergunta “que raio de cara vai me querer?”.
“Talvez se eu fosse mais delicada… Não falasse palavrão. Não tivesse subordinados. Não dirigisse sozinha à noite sem medo. Talvez se eu aparentasse fragilidade. Talvez se dissesse que não me importo em lavar cuecas. Talvez…”
Mas não. Essas não somos nós. Nós queremos um companheiro, lado a lado, de igual pra igual. Muitas de nós sonham com filhos. Mas não só com eles. Nós queremos fazer um risoto. Mas vamos querer morrer se ganharmos um liquidificador de aniversário. Nós queremos contar como foi nosso dia. Mas não vamos admitir que alguém questione nossa rotina.
O fato é: quem foi educado para nos querer? Quem é seguro o bastante para amar uma mulher que voa? Quem está disposto a nos fazer querer pousar ao seu lado no fim do dia? Quem entende que deitar no seu peito é nossa forma de pedir colo? E que às vezes nós vamos precisar do seu colo e às vezes só vamos querer companhia pra um vinho? Que somos a geração da parceria e não da dependência?
E não estou aqui, num discurso inflamado, culpando os homens. Não. A culpa não é exatamente deles. É da sociedade como um todo. Da criação equivocada. Da imagem que ainda é vendida da mulher. Dos pais que criam filhas para o mundo, mas querem noras que vivam em função da família.
No fim das contas a gente não é nada do que o inconsciente coletivo espera de uma mulher. E o melhor: nem queremos ser. Que fique claro, nós não vamos andar para trás. Então vai ser essa mentalidade que vai ter que andar para frente. Nós já nos abrimos pra ganhar o mundo. Agora é o mundo tem que se virar pra ganhar a gente de volta."


Deixe que o vento leve o que não tem mais lugar


Deixe que o vento leve o que não tem mais lugar. 
Despenteie seu cabelo, desarrume sua rotina, desafie a mesmice. 
Abra os braços para a vida, o peito, a mente e o seu coração! 
O novo nem sempre é fácil de entender. 
Lembre-se de que a Vida é uma só!
Seja criativo.
O mais importante é a mudança, o movimento!
Deixe os sapatos do lado de fora e traga novos caminhos para dentro de si. 
Plante sementes de dias melhores, colha seus frutos, ignore os espinhos, 
Abra a porta para o rumor que se aproxima e sinta: é a felicidade quem está chamando 




18 de junho de 2014

As plantas e a vida - re-começar!


"Era um trabalho para a escola. Dois vasos, três grãos de feijão em cada um. A mesma terra, o mesmo adubo, a mesma irrigação. A diferença, na claridade: Um dos vasos repousaria no escuro; o outro, na luz.

Dia após dia, observávamos o desenvolvimento dos grãos. Mesmo sem fotossíntese, sabíamos que algum crescimento seria possível no vaso do escuro. Porém, ainda assim, diariamente nos surpreendíamos com a valentia do grão que, em total ausência de claridade, resistia e rompia as fronteiras na terra, subindo em direção a alguma luz que ele supunha existir fora dali, com o caule branco e algumas folhas bem desbotadas, levemente esverdeadas.

Paralelamente, no vaso da claridade, nada ocorria. Afofávamos a terra com nossas mãos invasoras, tentando facilitar as coisas para os grãozinhos preguiçosos, conversávamos com eles, aguávamos com cuidado... em vão. Após cinco demorados dias e já sem esperança, demos a mão à palmatória e entendemos que o vaso da luz não daria à luz...

Porém, muito mais que aprender sobre fotossíntese, a simplicidade da vida veio trazer entendimento sobre a complexidade dela. E o que eu poderia dizer ao menino que esperava em vão por suas plantinhas muito, mas muito verdes?

Que não tinha dado certo, ele já sabia. Mas talvez precisasse entender que de vez em quando a gente é obrigado a se render. A aceitar o improvável, a se conformar com o que não é óbvio, mas ainda assim tem força para acontecer.

Durante a vida, muitas plantas irão florescer em lugares improváveis, sobrevivendo em meio a construções, despontando valentes por entre calçadas de cimento, desafiando a aridez do concreto, suportando a falta de vida do terreno, resistindo às intempéries da jornada. Outras, tão desejadas e cuidadas, não passarão de sementes acanhadas, inexplicavelmente covardes a voos mais altos. Não basta desejar. De vez em quando querer não é o bastante para que as coisas aconteçam. E mesmo que a gente fique tentado a comparar, dizendo "não é justo, ali não merecia haver vida e aqui sim..." ou: "eu queria tanto que desse certo..." , nem tudo está sob nosso controle, e comparações são perda de tempo quando se trata de natureza ou sentimentos...
Então o negócio é aceitar. E depois quem sabe, tentar de novo.

Pode ser que daqui a alguns anos você perceba que não há nada de simples em recomeçar. É difícil e doloroso entender que um tempo chegou ao fim. Vivemos de esperanças; esperando mais um dia as flores brotarem antes de tirá-las da terra - desistindo de suas sementes que não germinaram - e começar de novo. É normal olhar o canteiro com as sementes que não brotaram e rezar em silêncio para que alguma vida surja ali. Negociamos, barganhamos silenciosamente com Deus para que faça um milagre, que permita que aquela - exatamente aquela - semente dê frutos. Mas sabe, nem sempre acontece. Então de vez em quando é necessário aceitar que nossa hora passou. Que daquela terra não brotará mais nada. É um choque de realidade, eu sei; mas só assim acatamos o que é verdadeiro. Só assim temos disposição para o replantio. Só assim temos coragem de olhar pra frente_ de que jeito for."


Fê Miceli

* texto inspirado numa situação real.



17 de junho de 2014

Deixar pra lá... vale à pena? Até que ponto?


Algumas vezes, ou melhor, muitas vezes, ouvi essa frase na vida: "ah, pra que esquentar a cabeça??? Deixa pra lá!!!" e realmente, eu tentei seguir essa frase e fazer dela meu lema. Nunca fui muito fã de pessoas barraqueiras e que tomam satisfação à torto e à direito, que reclamam de tudo... Tem horas que a gente perde a cabeça de fato, com algo ou alguém, aí, sai de baixo porque ninguém nos segura. E acho que todos nós temos nossos momentos e quem está à nossa volta tem que respeitar, o que é diferente de concordar.

Posso não concordar, por exemplo, que ao contrário de mim, uma pessoa nada faça, nada diga, nada seja, diante de alguma coisa que esteja acontecendo com ela. Mas, respeito a decisão dela de nada fazer! Embora acredite que nem que seja vez ou outra a gente deva se impor perante os outros, perante a sociedade, as arbitrariedades e ao mundo, como um todo. Principalmente, se impor para nós mesmos, que acostumados com as nossas atitudes de sempre, começamos a nos julgar incapazes de agir diferente. Ou por medo de surpreender, magoar ou desapontar as pessoas que não estão acostumadas com esse nosso comportamento. Aí, vamos calando, vamos virando a cara, vamos nos reprimindo e nada fazemos com o inconformismo, com o inaceitável, com o que nos faz mal!

Num ponto eu concordo: se é para deixar para lá porque não liga não tá nem aí, não te incomoda de jeito nenhum, beleza! Realmente, a gente tem que virar a página e bola para frente. Mas, deixar pra lá por causa da opinião dos outros ou para apenas não incomodar alguém, mas continuar chateado ou incomodado com a situação, aí não. Aí, então, é a hora de colocar para fora, de extravasar. Dica da minha terapeuta, rs!

Mas, alto lá! Até na hora de se expressar, por mais raiva ou razão que se tenha, tem que ter limites. Uma palavra errada, uma frase de ofensa e um discursos mau elaborado e sua razão vai por água a baixo. Ou até a falta dela. Mas se a gente sabe falar, argumentar, reclamar o que é de nosso direito ou com o que não concordamos, podemos até não estarmos certos, mas alguém vai nos ouvir. Confesso que muitas vezes não ouvi a voz da razão e na hora de expressar meus sentimentos não fui muito feliz nas falas e nem na construção das frases, muito menos nas atitudes. Embora muitas vezes, estivesse realmente com vontade de xingar o infeliz ou pular no pescoço daquela "lá". Temos que ter é bom senso e calma, coisa difícil de manter quando o sangue está quente. Mas é preciso!

Mesmo assim, não abro mão do direito que temos de expressar, coisas boas e ruins. Se não estamos satisfeitos, se nos incomoda, então não deixamos pra lá. Se vamos ficar remoendo aquele assunto ou nos martirizando depois porque deveríamos ter feito ou acontecido, então não deixamos pra lá. Digo eu de passagem com uma situação revoltante com uma pessoa que considerava muito e fiquei muito chateada com algumas atitudes dela. Queria ter feito e acontecido, mas, fui ouvir o "deixa pra lá coletivo" e deu no que deu: sentimento reprimido! E tudo que temos que pedir das pessoas que estão ao nosso redor, é respeito. E não igualdade, de pensamento, de ações e de comportamento.

Puxando o link de um post de uma blogueira que li e gostei muito, Dama de Cinzas(http://confissoes-femininas.blogspot.com/), ela publicou certo dia o texto: para ser amigo tem que ser igual? Bom, não é difícil adivinhar que a maioria das respostas foi NÃO. E inclusive muitas pessoas disseram que são amigas de outras que nada tem haver com elas. Acredito, mas será que esse não é 100% verdade?

Sei que não é bonito admitir, mas muitas vezes queremos que alguém concorde com a gente. Ou, até mesmo que não nos contrariem. Que até digam que não fariam a mesma coisa, mas que a nossa atitude não foi errada! Não seria isso ou tô enganada? É feio, eu reconheço, mas somos humanos, e imperfeitos! Não tô dizendo que discordo que para ser amigo de alguém temos que ser a xerox dessa pessoa. Acho até que a diferença faz surgir e nutre o respeito e a compreensão ao que é diferente de nós. Mas a maioria das amizades não quer ser julgada. Não quer ser analisada. Quer ser apoiada! Exceto quando um ser entra num devaneio louco e que aí alguém tem que puxar o pé dele e situá-lo da vida. Nesse caso, seria até um favor! Fora isso, queremos ser reconhecidos por nossos atos, independente se vc, ele(a) ou nós concordamos ou não. Temos apenas o dever de respeitar. E se formos contestados, respeitarmos as opiniões contrárias às nossas. Pois se é isso que queremos, temos que agir - aqui sim - igual!

Nossos questionamentos podem ser os mais bobos do tipo, um tratamento que julguemos não adequando, uma interpretação errada, uma conclusão precipitada de um problema, uma situação mau resolvida e ir até os mais graves que envolvem emprego, dinheiro, família. O que importa de fato é: se não gostou, fale! Fale de maneira educada, mostrando o porque não está satisfeita com a pessoa ou situação, mas fale. Senão, você ao invés de 1 terá 2 problemas: o de não falar exatamente o que vc queria e de criar mais um problema com aquela pessoa. Em vez de melhorar a situação, vc só vai piorar. Veja de fato se e importante questionar ou se a pessoa ou situação são dignas de "deixar pra lá", se for, deixe. Também não vamos sair por aí criando caso à toa. Mas se não for o caso, veja qual a melhor forma que vc pode proceder. E lembre-se: é para melhorar as coisas, não piorar. Então, se não for ajudar em nada, mantenha-se calado, que vc ganha mais. Não melhora em nada... mas tb não piora as coisas para vc... Literalmente, "DEIXA PRA LÁ..."




12 de junho de 2014

Dia dos namorados....


"Amo-te sem saber como, 
nem quando, nem onde, 
 amo-te simplesmente sem problemas nem orgulho: 
amo-te assim porque não sei amar de outra maneira."



9 de junho de 2014



 Fé é não saber, e mesmo assim crer...
 



Crer na imprevisibilidade da vida, que tece um ponto aqui e arremata lá na frente;
Crer no encontro, na inexplicável certeza de que alguns caminhos tinham que se cruzar - para o bem ou para nosso crescimento;
Crer mesmo não enxergando... confiar e acreditar na estrada mesmo quando a neblina encobre todo o caminho.
Crer que o fato de estar no lugar certo na hora exata pode ser chamado "sorte", mas não deixa de ser providência;
Acreditar que coincidências podem ser eventos aleatórios que te conduzem a um propósito.
 
Não entendo nada de física mas a ciência me maravilha com suas certezas, dando nome aos fenômenos naturais, amparando dúvidas com comprovações, ensinando que a matéria não é tão sólida, que somos feitos de átomos - prótons, nêutrons e elétrons em vibração. 
Somos energia, estamos em constante movimento e irradiamos calor, sensações. 
Captamos fluxos, agitamos outras matérias, organizamos e desorganizamos nosso equilíbrio.
E isso nos dá a certeza de que podemos sentir uns aos outros. E sentir pode ser muitas outras coisas além do que só é visto e tocado.
É estar em harmonia com o que acontece, deixando a maré conduzir nosso barquinho em vez de tentar remar para o lado contrário;
É aceitar os revezes como parte do fluxo natural, não como acidentes de percurso;
É entender as pessoas além do que elas dizem, agem ou omitem; permanecendo"no fundo de cada vontade encoberta", como cantou Caetano em "Força Estranha";
É conectar-se consigo mesmo - independente de dogmas, julgamentos, egos e leis - buscando em si as respostas, descobrindo que você é e abriga a partícula divina.
A ciência nos coloca de volta às origens, ao que é natural, onde tudo começou.
E nos reconhecemos pequenos, partículas de Deus - assim, com letra maiúscula.




4 de junho de 2014

Crescer tem disso...



"Se aos dezoito descobri que precisava de empenho para me posicionar perante minha própria história, hoje, mais madura, descubro que viver uma vida responsável _ e portanto livre _ requer o dobro do esforço."

[Fabíola Simões, A soma de todos os afetos]



O frio dentro de mim...




E hoje é mais uma típica manhã fria, mais uma manhã que eu acordo com esse mal estar, com essa vontade de passar o resto do dia na cama, mas minhas obrigações diárias mandam eu me levantar. E então eu tenho que largar meus sonhos e vestir a roupa de viver, colocar aquele falso sorriso no rosto e fingir que esta tudo bem, assim como tem sido nos últimos dias. Por incrível que pareça hoje, neste inicio de manhã, já é consegue ser mais torturante do que os dias anteriores… Mas com o que eu estou surpresa? A cada novo amanhecer a dor é pior do que o dia que já passou. Então lá vou eu, paro em frente ao espelho, e o reflexo mostra alguém que eu não reconheço mais, é como se qualquer ser habitasse meu corpo, menos eu mesma. A maquiagem é a única opção para tentar esconder as grandes olheiras e os olhos inchados, resultado de mais uma noite pensando em você, mas maquiagem nunca fez milagre, e então a cara de choro permanece, mas posso menti que foi uma noite mal dormida por causa de uma forte dor de cabeça, que a cara é de sono e não choro. E quem não me conhece de verdade acredita, melhor para mim que não tenho que dar mais explicações. E então quando acho que estou pronta para encarar a realidade algum vizinho liga em uma rádio qualquer que está tocando uma música que me faz lembrar de você, e eu simplesmente desmorono por dentro, mas por fora tenho que permanecer forte, como uma rocha. Assim decido nem tomar um gole de café, saio às pressas, e ao sair na rua vejo que o dia está lindo e quente, e que o frio está apenas dentro de mim.

Fê Miceli


3 de junho de 2014

Coisas gostosas para fazer no inverno...


O frio vem chegando, aos poucos ele coloca suas manguinhas de fora e deixa todo mundo com uma preguicinha boa e vontade de ficar deitado embaixo das cobertas. Mas o frio não é tão ruim e existem coisas deliciosas para se fazer, então temos que aproveitar:

1 Noite de fondue – Pode ser em restaurante ou em casa mesmo, mas curtir uma comida boa, com boa companhia e uma música de fundo é maravilhoso.



2 Chocolate quente – Porque quando realmente estiver calor será impossível. Dá ainda para turbinar com um conhaque ou rum, ou até marshmallow.

frio

3 Sopas – Um buffet de sopas ou até a sua sopa favorita em casa. E pra quem fez cara feia, não precisa ser de legumes ou canja, existe uma variedade enorme e deliciosa para preparar e com certeza tem alguma que você gosta mais.



4 Noite de queijos e vinhos – Segue a mesma linha do fondue, música, boa companhia e comer coisa boa.



5 Maratona de filmes e série – Para acompanhar: pipoca e cobertor.

friozinho

6 Reunião de amigos e jogos de tabuleiro – Porque em dias mais frios é difícil pensar em se arrumar e enfrentar fila de balada, então o legal é chamar a galera pra dentro de casa e dar muito mais risada sem se apertar na fila do banheiro.



7 Um dia na cama – Todo mundo precisa fazer isso de vez em quando. No calor só é possível com ar condicionado, mas com friozinho, o negócio é sair da cama para pegar algo na cozinha, ir ao banheiro e receber o moço entregando alguma comida e então correr de volta pra cama, comer por lá mesmo.



vocês tem alguma coisa que precisam fazer antes do frio acabar?

2 de junho de 2014

E e minhas versões de mim...


"Faço o tipo distraída. Atenta ao todo e desfocada de tudo. Perdida em pensamentos, divagações, viagens interiores. Do tipo que esquece a bolsa quando encontra as chaves. Atrasada, sempre correndo, sempre esquecendo. Distraída do tempo, de rostos e nomes. 

Mas nunca tinha ocorrido esquecer-me de mim. Amnésia mesmo. Olhar para o espelho e perguntar quem é aquela que sorri sem jeito e diz "muito prazer". Acordar e não saber que vida é aquela, ter a sensação de estar vivendo a vida de outra pessoa, não a minha.

Acordei com amnésia querendo saber como vim parar aqui, que pedaço de mim fez essa viagem e que parte ficou lá atrás, sem coragem de engatar a primeira marcha. Naquele dia acordei com saudade daquela que não fez as malas, da menina que parou no tempo e tinha muitas coisas para me contar porque segui a estrada distraída e ela esteve a me observar, sabia dos meus erros, entendia minhas fraquezas, foi espectadora da minha jornada...

... Então uma noite recebi uma visitante ilustre. Era a menina dos diários. Passamos a noite revendo histórias, compreendendo as escolhas, aceitando os caminhos. No fim, me encarou com ternura afirmando que fiz a escolha certa, que estou no lugar que sempre desejei estar_ apesar dos conflitos, dúvidas e mágoas.

"Isso faz parte da vida"_ ela disse, e acrescentou: "Apesar de tudo, essa é a melhor versão da sua história"...
"E pode ser uma bênção se você compreender que não é porque o caminho está difícil que ele está errado..."
 
No dia seguinte a memória voltou e tratei de ser feliz."